João Lourenço, candidato de primeira

O mandatário da candidatura de João Lourenço a presidente do MPLA, partido no poder em Angola há 46 anos, disse hoje que os “outros candidatos terão de enfrentar o candidato João Lourenço e não o contrário”, no congresso agendado para Dezembro. Há, portanto, um candidato de primeira e eventualmente outros que, se tiverem esse atrevimento, são de segunda.

“Os outros candidatos é que têm que enfrentar o candidato João Lourenço”, afirmou Pedro de Morais Neto, quando questionado se João Lourenço estava preparado para enfrentar qualquer outro militante que surgisse no âmbito do conclave.

O actual presidente do MPLA, João Lourenço, foi o primeiro militante do partido no poder em Angola a formalizar candidatura à liderança do partido, visando o 8.º Congresso Ordinário que se realiza de 9 a 11 de Dezembro e que, ao contrário do que se passou com a UNITA, deverá ser declarado, mesmo antes da votação, Presidente legítimo e congresso mais do que legal pelo Tribunal Constitucional.

A informação foi avançada pela coordenadora da subcomissão de candidaturas da Comissão Nacional Preparatória deste congresso, Luísa Damião, após receber 21.750 assinaturas que conformam a candidatura de João Lourenço, também Presidente da República e Titular do Poder Executivo.

As assinaturas foram recolhidas “num período recorde de sete dias” como deu a conhecer o mandatário de João Lourenço, afirmando que o seu candidato “tem conhecimento, militância e um projecto inclusivo que visa melhorar as condições de Angola”.

Segundo Pedro de Morais Neto, “oportunamente” serão conhecidos os principais eixos da moção de estratégia do candidato João Lourenço, centrados na “continuação da afirmação da democracia” (que não existe), “fortalecimento” do partido “e, acima de tudo, melhorar a situação económica”, uma promessa com dezenas de anos.

“Com a aceleração, mas muito rápida, de todos os condimentos para que o nosso país seja um país no concerto das nações em África”, apontou.

O processo de apresentação de candidaturas, no âmbito deste congresso, teve início no dia 20 deste mês e decorre até 05 de novembro, e a verificação da conformidade das mesmas decorre até 06 de novembro.

Cada candidatura deve ser suportada por 2.000 assinaturas, oriundas de 100 militantes inscritos em cada uma das 18 províncias angolanas.

António Venâncio, militante do MPLA há 48 anos, foi o primeiro a anunciar a sua candidatura à liderança do partido no poder em Angola no próximo congresso, ambicionando uma instituição mais “prestigiada” e democrática, não tendo ainda formalizado tal pretensão.

Questionado pela Lusa sobre a relevância das candidaturas múltiplas neste congresso, Pedro de Morais Neto disse tratar-se de uma “evolução do MPLA, como acontece em outros partidos”, considerando, no entanto, que “nunca foram postas em causa as candidaturas múltiplas”.

“Desde 1992 que somos um partido democrático por excelência e, portanto, poderiam ter havido candidaturas anteriormente, desta vez as candidaturas são múltiplas, mas não é nenhuma novidade para o nosso partido”, argumentou o político do partido dos “camaradas”.

Folha 8 com Lusa

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